O centro de Londrina em outros tempos - I

Londrina, assim como a maioria das cidades do Norte do Paraná, é uma cidade de história recente, e suas primeiras construções datam de pouco mais de 80 anos. Sua paisagem urbana, portanto, é extremamente dinâmica, e muda rapidamente, como se pode ver nas fotos abaixo:

Essa era a Avenida Paraná, no trecho atualmente rebatizado como Avenida Celso Garcia Cid, pouco abaixo do seu cruzamento com a rua Heimtal, atual Avenida Duque de Caxias. Era a antiga saída para Jataí, que praticamente margeava a estrada de ferro até chegar na cidade vizinha.O casario em madeira é bem típico do primeiros tempos de Londrina, pois a madeira, de alta qualidade, era abundante. A foto é da década de 1930.

A Casa Central (foto acima, da ACIL) foi uma das primeira casas de comércio de Londrina. Estava instalada na esquina da Rua Heimtal com a Avenida Paraná. Era de propriedade do pioneiro David Dequech, e foi construída em 1931, quando Londrina ainda se chamava Patrimônio Três Bocas. Era um armazém do tipo "Secos & Molhados", muito comuns naquela época, e vendia de tudo, ferramentas, cereais, tecidos, doces e até pinga. Foi demolido em 1953, e em seu lugar hoje existe um posto de gasolina. A primeira missa de Londrina, em 1933, na falta da igreja, foi feita pelo Pe. Jonas Vaz Santos, de Sertanópolis, no armazém da Casa Central.

O escritório da Companhia de Terras Norte do Paraná (foto acima, de José Juliani) era o centro de negócios de terras em Londrina. Localizava-se na esquina da Avenida Paraná com a Rua Minas Gerais, no local onde hoje está o Cine Teatro Ouro Verde. O movimento era sempre intenso, e o local era frequentado por compradores de terra, corretores da Companhia e dezenas de vigaristas, que ficavam à espreita para tentar "passar a perna" nos colonos, por eles denominados de "Jacus".

A foto acima, de José Juliani, que era o fotógrafo oficial da Companhia de Terras Norte do Paraná, foi tirada de cima da igreja matriz, recentemente construída. A grande casa à direita da foto era de Mr. Arthur Hugh Miller Thomas, que era um dos diretores da Parana Plantations Ltd. de Londres, principal acionista da Companhia de Terras Norte do Paraná. Esta casa ocupava um enorme terreno na esquina entre a Avenida São Paulo e a Avenida Paraná. Em primeiro plano, pode-se ver o primeiro reservatório de água da cidade, ainda em construção, e que ficava ao lado da igreja, pois era o ponto mais alto da cidade.

Esta foto de Hans Kopf foi tirada de cima de uma árvore, em 1937, e mostra a esquina das Avenidas Rio de Janeiro com a Avenida Paraná. A Praça Floriano Peixoto, em primeiro plano, tinha sido só desmatada e, do lado esquerdo da foto, pode-se ver, na esquina, a filial das Casas Pernambucanas, aberta em 1934, no mesmo local onde ainda se encontra

Esta foto de Hans Kopf foi tirada do topo da mesma árvore da qual foi tirada a foto anterior, e mostra a esquina das avenidas São Paulo e Paraná. A porteira e o grande jardim do lado esquerdo da foto são da casa de Mr. Arthur Thomas. Todas as ruas eram de terra, e esse trecho da cidade foi o primeiro a receber pavimentação, em paralelepípedos, a partir da década seguinte.

José Juliani tirou esta foto, em 1934, do cimo da recém construída igreja matriz. Pode-se ver, à direita, a quadra de tênis dos ingleses, a hoje denominada Alameda Manoel Ribas, a Rua Santa Catarina, à extrema esquerda, e a saída para Jataí, ao alto e ao centro da foto. A grande casa de madeira, ao centro da foto, era o "Hospitalzinho", que sobreviveu mais uma década nesse local até ser substituído pela Santa Casa.

 

Esta foto foi tirada na sequência da anterior, e mostra a quadra de tênis, uma parte do bosque e o terreno recém desmatado onde hoje se encontra a agência central dos Correios, a Praça Primeiro de Maio e a rua hoje denominada Maestro Egídio Camargo do Amaral, onde hoje está o Memorial dos Pioneiros. Adiante, a mata virgem subtropical ainda dominava toda a paisagem.

Esta foto de Hans Kopf foi tirada praticamente do mesmo local e na mesma direção da foto anterior, de Juliani, três anos depois. Ao centro, pode-se ver a Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, o Hospitalzinho e a Praça Primeiro de Maio. Pode-se ver que a mata ao fundo já cedia espaço para a zona urbana, aos poucos.

 

José Juliani tirou essa foto da Rua Belo Horizonte, em direção ao centro. Pode-se ver, no alto do espigão, a igreeja matriz e o bosque.