Quando os pioneiros chegaram ao local onde hoje se encontra a cidade de Londrina, encontraram uma mata de grande porte, repleta de gigantescas árvores centenárias como figueiras, perobas, guapuruvus e pau-d'alhos.
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palmito jussara |
Todavia, a mais abundante árvore existente na mata era o palmito jussara (euterpe edulis). Em todas as fotos da mata virgem existente no Norte do Paraná, nos anos 30, percebe-se a maciça abundância do palmito jussara.
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A primitiva Avenida Paraná, em 1933, cercada de palmiteiros (foto: José Juliani) |
Essa palmeira brota em áreas sem incidência de sol direto, dentro da mata fechada, e demora muito a crescer, mas atinge altura notável, até 18 metros, para que as folhas pudessem receber o sol dentro de uma mata tão densa e alta.
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Rancho de palmito, da Londrina primitiva (José Juliani) |
Nos primeiros tempos da cidade, quando mesmo os víveres de primeira necessidade eram escassos, o palmito jussara foi um importante complemento da alimentação. É, ainda, o mais saboroso dos tipos de palmito existentes.
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Crianças brincando na mata, no centro de Londrina (foto de José Juliani) |
Além de servir de alimento, o estipe era muito resistente e serviu de material de construção para os primeiros ranchos construídos na cidade.
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Peroba cercada de palmiteiros |
O estipe era dividido longitudinalmente em duas metades e consistia na parede dos ranchos, enquanto outros serviam de estrutura para a construção. A cobertura dos ranchos era feita com tabuinhas, já que praticamente não havia disponibilidade de telhas de barro naquela época.
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A estrada do sertão, no local hoje ocupado pelo Jardim Bandeirantes (Jose Juliani) |
Durante a revolução de 1932, a cidade e toda a região ficaram praticamente isoladas do restante do país, e os ítens essenciais de alimentação começaram a faltar. A salvação foi o palmito, preparado de todas as formas possíveis, complementado com eventuais carnes de caça.
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Rua primitiva em Londrina, repleta de palmiteiros (foto: José Juliani) |
Infelizmente, como o palmito jussara não se reproduz em touceiras, a extração de um único palmito implica na morte da árvore, e o crescimento lento, aliado à exaustiva extração, colocaram a espécie em perigo de extinção. A palmeira desapareceu até mesmo das poucas áreas de mata preservadas.
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Rancho de palmito |
Como seus frutos eram a principal fonte de alimentação para muitos mamíferos e pássaros da região, esses também acabaram desaparecendo do Norte do Paraná, levando consigo os seus predadores naturais. Como brota somente em áreas de sombra, dentro da mata, o cultivo a sol pleno é praticamente inviável.
Algumas iniciativas, recentemente implantadas, tentam reverter a extinção do palmito jussara no Norte do Paraná. Uma das mais notáveis é empreendida pela Fazenda Bimini, de Rolândia. Um dos seus proprietários, Daniel Steidle, dedica grande parte do seu tempo à recuperação do palmito jussara na região, distribuindo sementes e dando orientação. Até aeronaves já foram utilizadas para disseminar as sementes da palmeira em áreas de mata preservadas.
NOSSA ME TROUXE LEMBRANÇAS DO MEU VELHO TEMPO, QUE JUNTO COM MEU PAI, CONTRIMO MUITA CASA DE PALMITO JUSARA E COBRIA COM TABUINHA DE PAINEIRA, MARFIM, TIMBURI. SAUDADE DOS TEMPOS GOSTOSO, MAS ARREPENDIDO DOS DANOS QUE CAUSEI A NATURESA. ... NATAL BLANCO . SAO PAULO
ResponderExcluirEu nasci num rancho de palmito, parecido este, no Norte do Paraná. Cidade perto de Londrina.. Ainda tenho a foto.
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