A primeira estação ferroviária de Londrina foi inaugurada em 28 de julho de 1935, mas foi demolida nos anos 40, para a construção de uma nova, muito maior.
A primeira estação ferroviária de Londrina, em 1935 (foto de Francisco Pereira Lopes) |
A primitiva estação de Londrina era construída toda em madeira. Um pequeno armazém de cargas, em alvenaria, foi adicionado ao lado à estação.
A via férrea chegando a Londrina, em 1935 (foto: José Juliani) |
Aos poucos, foram acrescentados ao local moradias para os empregados da ferrovia, a maioria construída em madeira. Ao lado da via férrea, acumulava-se grande quantidade de lenha, para alimentar as fornalhas das locomotivas a vapor.
Rua Heimtal, onde começava o pátio da SPP (foto de Hans Kopf, 1937) |
O pátio ferroviário de Londrina, no seu início, 1937 (foto de Hans Kopf) |
As linhas de desvio foram sendo acrescentadas aos poucos, à medida que a cidade crescia e o tráfego aumentava. O armazém foi bastante ampliado nos anos seguintes.
Pátio em 1939 (foto de Carlos Stenders - acervo do Museu Histórico de Londrina) |
Em 1939, várias casas de ferroviários e desvios já tinham sido construídos na capoeira, que cresceu no pátio com a derrubada da mata.
A estação de Londrina em construção, 1949 (foto: IBGE) |
Logo após a Segunda Guerra Mundial, a Ferrovia São Paulo-Paraná já tinha sido incorporada à Rede Viação Paraná-Santa Catarina (RVPSC), uma empresa estatal. Foi iniciada a construção de uma nova estação. Os passageiros embarcavam e desembarcavam no armazém de cargas, que foi adaptado como estação provisória.
Estação de Londrina nos anos 50 (foto: Carlos Stenders) |
Na foto acima, pode-se ver a estação já totalmente operacional, nos anos 50.
Vista panorâmica de Londrina em 1951, com o pátio ferroviário em primeiro plano |
Na foto panorâmica acima, a estação e o pátio ferroviário estão em primeiro plano. Pode notar o grande crescimento ocorrido em pouco menos de 15 desde a inauguração da primeira estação, em 1935.
Pátio da indústria Anderson & Clayton e o virador de locomotivas, à direita (foto de Yutaka Yasunaka) |
O pátio de Londrina não possuía virador de trens e nem rotunda. As locomotivas viravam em um triângulo que pode ser visto à direita da foto acima, e que também servia de acesso à empresa madeireira SIAM. Tal triângulo ficava no local onde hoje passa a Avenida 10 de Dezembro.
Pátio da estação, no início dos anos 50 (foto de Francisco Pereira Lopes) |
O pátio bastante ativo, em março de 1964 (foto de Oswaldo Leite - acervo Museu Histórico de Londrina) |
O pátio ferroviário interrompia todas as ruas entre as Ruas Duque de Caxias/Marechal Deodoro, e Guaporé/Pernambuco. As passagens de nível dessas ruas costumavam ser fechadas para a passagem e manobra dos trens. Isso isolou, de certa forma, a área urbana abaixo da linha férrea, que se desenvolveu bem menos que a vizinha área central da cidade.
Foto aérea nos anos 50 (foto de Yutaka Yasunaka) |
O grande número de vagões mostra o grande crescimento econômico da cidade, nos anos 50.
Vista aérea do pátio nos anos 50 (foto de Yutaka Yasunaka) |
Duas ruas, que nunca tiveram um nome, davam acesso à estação e ao armazém, ao sul, logo abaixo da Rua Benjamim Constant, e diretamente aos vagões, ao norte, paralelamente à Rua Acre, como se pode ver nas fotos aéreas acima.
O pátio pouco antes de ser desativado, janeiro de 1981 (foto: Folha de Londrina - acervo do Museu Histórico de Londrina) |
Em março de 1981, os trens de passageiros deixaram de circular, e o pátio, a partir daí, sobreviveu apenas mais um ano, pois a linha férrea no centro foi substituída por uma variante que passa na zona norte da cidade. A maior parte do antigo leito é ocupada hoje pelas avenidas Jacob Bartolomeu Minatti e Arcebispo Dom Geraldo Fernandes, conhecidas popularmente como Avenida Leste-Oeste.
Que trabalho incrível tem desenvolvido amigo.
ResponderExcluirMuito bom mesmo.
Londrina, na década de 1940, ao contrário de Maringá (por ainda estar surgindo) já era uma métropole praticamente, erigida sob o "ouro verde".
Vou lhe transferir uma experiência do Maringá Histórica. Quando fazemos postagens mais curtas, "insights" com as fotos, a interatividade com o público é maior.
Abs.
Ps.: me envie um e-mail que lhe passarei uma raridade de Londrina. A inauguração da pista pouso, pavimentada, do Aeroporto de 1956.
Boa tarde, sou estudante de Desenho Industrial na UNOPAR, estou realizando um trabalho onde tenho que desenvolver um livro iconográfico de Londrina. O tema que escolhi é a ferroviária.
ResponderExcluirGostaria de saber como faço para poder ter acesso a essas fotos e se posso utilizá-las neste trabalho somente com fins acadêmicos.
Desde já agradeço.
Zé, pode utilizar as fotos e o texto, só cite a fonte do material, por favor. Tenho mais textos nesse blog sobre a ferrovia no Nortedo Paraná, dê uma olhada. Tenha um bom trabalho!! Obrigado pela visita.
ExcluirOlá Jonas, boa tarde. Antes de mais nada, parabéns pela iniciativa do Blog! Coordeno a Câmara Clara e trabalhei na recuperação do acervo do Foto Estrela, fotografias Carlos Stenders e Yutaka Yasunaka nas décadas de 1950 a 1970. No momento, estamos levantando as fotos do Carlos Stenders realizadas na década de 1930, e em breve lançaremos um livro em parceria com o museu com muitas raridades. Escrevo pois aqui aparece uma foto do pátio da ferroviária, creditada a Carlos Stenders. Esta imagem é de seu acervo pessoal ou a conseguiste no Museu? Pergunto pois ela é ótima, mas não consta aqui no acervo do Stenders que estamos reunindo junto ao Museu. Esta informação será de grande valia para que possamos encontrar esta foto, digitalizá-la em alta resolução e inseri-la no livro e no acervo virtual. Grato desde já, um grande abraço. Daniel Choma. danielchoma@yahoo.com.br | www.camaraclara.org.br
ResponderExcluirDaniel Choma, essa foto eu achei na Internet com os créditos, não é de acervo pessoa. Estou tentando achar o site de onde tirei, ok?
ResponderExcluirMuito obrigado por seu trabalho senhor Jonas !
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJonas Liasch! A foto da construção de Estação Ferroviária,de 1949 (IBGE) está invertida!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirque trabalho incrivel o que vc fez parabens
ResponderExcluirOlá, Jonas. A foto da construção da ferrovia é de Francisco de Almeida Lopes e pertence ao acervo de seu filho, José Carlos Neves Lopes. Está erroneamente creditada a José Juliani, mas este assinava suas fotos. Abs.
ResponderExcluirQuantos funcionários, em média, trabalharam para que ocorresse esta obra? Qual o nome do/dos engenheiros que participaram dessa obra?
ResponderExcluir